A publicidade é um livro de missa sem imaginação, sem nenhum senso do drama nem do mistério humano. É uma religião materialista, uma monstruosidade. Para os cristãos, o paraíso não é deste mundo, o reino anunciado constrói-se depois de séculos e séculos de reflexão e de provas. A publicidade confunde milagre e carteira de dinheiro, os afrescos da Capela Sistina e catálogo pornográfico, música sagrada e música internacional, o sonho de uma outra vida e o paraíso imbecil do frescor de vida, a pietà e a garota. A publicidade é um cadáver perfumado. Sempre se diz a respeito dos defuntos: “ele está bem-conservado, parece até que sorri”.O mesmo vale para a publicidade. Acha-se morta, mas continua sorrindo.
Fonte: Quarto Poder.